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3 de nov. de 2009


Cinco minutos de projeção bastam para que se engula cada palavra dita sobre This Is It ser mais uma oportunista pá de cal jogada sobre o túmulo de Michael Jackson. A grata surpresa diante desse tributo póstumo é ver que diante da tela não está mais a figura decrépita que teve a persona pública reduzida à caricatura, em um freak show de bizarrices e escândalos que desenharam sua morte artística ainda em vida. Longe disso. O MJ que salta aos olhos, aguça os ouvidos e faz bater os pés no filme, acredite quem não o viu no auge, é o soberano em plena forma e alto astral.

Jackson parecia ter a certeza de que o espetáculo que ensaiava ao morrer, e que originou o documentário, era sua derradeira chance de voltar ao topo. Não apenas para aliviar dívidas milionárias, mas especialmente para a redenção junto aos fãs que, justiça seja feita, nunca desistiram dele. Michael e a enorme equipe presente no ginásio sentem que os 50 shows que estão por realizar em Londres serão históricos.

Na busca pelo nota certa, pela coreografia exata, ele é exigente consigo e com o time de excepcionais músicos e bailarinos. Mostra-se generoso com os parceiros e atento às sugestões, mesmo que todos saibam quem é que manda. “Deus te abençoe”, “eu te amo” e “obrigado” são as palavras que mais se escuta por ali.

This Is It começa com depoimentos dos jovens dançarinos que encaram a mais rigorosa seleção que já se teve notícia no universo pop. Chegados de várias partes do mundo, passam pela exaustiva peneira diante do próprio MJ. Os selecionados desabam de felicidade. Choram e lembram quando imitavam o ídolo diante da TV. Quando a garotada entra em ação no ensaios, percebe-se o faro de MJ para garimpar talentos. Que o diga a guitarrista australiana Orianthi Panagaris, bela e competente loira de 24 anos que o astro descobriu no YouTube.

Quando Michael entra em cena, mandando ver Wanna Be Startin’ Somethin, o queixo começa a cair. Às vésperas dos 51 anos, ele dança, flana e requebra como nos velhos tempos. A câmera vira para o lado e flagra o entusiamo da equipe.

Dirigido pelo Kenny Ortega (de High School Musical), também responsável pelo espetáculo, o documentário combina os bastidores do show que nunca estrearia com os filmes que seriam exibidos nos telões. Cada um deles uma superprodução, como o que MJ contracena com ídolos de filmes noir, como Humphrey Bogart, e uma versão em 3D do clássico videoclipe de Thriller.

Talvez nunca se saiba o custo físico e mental que todo esse empenho teve sobre Michael, ou a quantidade de exercícios e medicamentos que seu corpo franzino suportou para se mostrar tão ágil. Nada do que se vê no filme dá pistas de que aquele homem estaria morto depois de mostrar o vigor de canções eternas como Billy Jean, Beat It e I’ll Be There.

E não deixa de ser tragicamente irônico ver Michael reproduzir a imagem icônica dos zumbis que deixam as tumbas para cair na dança em Thriller. O Rei do Pop precisou morrer para mostrar o quanto estava vivo.

fonte: reidopop.com

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